SEGUINDO NA CARONA DOS PALAVREIROS E DA POSTAGEM ANTERIOR,
VOLTA A CARGA SOBRE O BRASIL, O PAÍS EM ESTADO DE IMPOSIÇÃO INTERNA E EXTERNA.
ALGUMAS PALAVRAS DA PRESIDENTE DILMA NA ONU |
Descolonização mental sul-americana
– por cesar fonseca / são paulo.sp - Por
Equipe Palavreiros da Hora em outubro 11, 2013 12:49 pm - http://palavrastodaspalavras.wordpress.com/2013/10/11/descolonizacao-mental-sul-americana-por-cesar-fonseca-sao-paulo-sp/
Descolonização mental sul-americana.
Dilma
Rousseff deu o tom geral da fala mundial de agora em diante relativamente aos
Estados Unidos, desbancando sua arrogância, sem limite, de viver bisbilhotando
a vida dos outros, impunemente. O silêncio de Obama em não responder aos
ataques dela representou confissão de culpa e incompetência de argumentos pois
não se pode justificar o injustificável.
A força das palavras da titular do Planalto coloca em cena
nova postura sul-americana diante dos Estados Unidos, que, em crise, não podem
mais agir unilateralmente nas questões internacionais, obrigando-se a ouvirem
os outros, a contragosto.
O bom da crise mundial é isso aí: a pompa e a prepotência
são obrigadas a se renderem aos fatos emergentes de uma nova divisão
internacional do trabalho que se ergue no rastro da fragilidade do dólar,
colocado nas cordas pelo elevado endividamento do colosso americano,
responsável por deixar o mercado financeiro com as barbas de molho quanto a um
possível estouro das finanças de Tio Sam.
Completamente imbecil o comentário do senador Jarbas
Vasconcelos (PMDB-PE) sobre o discurso da presidenta Dilma Rousseff, na ONU,
desancando o presidente Barack Obama.
O parlamentar pernambucano sentiu-se agredido pela enérgica
crítica da titular do Planalto à espionagem imperialista americana sobre todos
os povos, considerando a questão do ângulo da violação dos direitos humanos.
Vasconcelos considerou ridícula a manifestação dilmista, algo
que, segundo ele, não engrandeceu o Brasil no cenário internacional.
Completamente enganado.
Tratou-se, evidentemente, do discurso brasileiro mais
importante de todos os tempos naquela Casa, justamente, pela coragem,
determinação e ousadia da política externa nacional.
A contundência da presidenta chamou a atenção do mundo.
Os dirigentes mundiais, salvo raras exceções, como Putin, da
Rússia, haviam se acomodado a um estilo de tratamento na relação com Tio Sam de
subordinação as suas ações, indubitavelmente, desrespeitosas, como se fossem
algo normal, aceitável.
A humanidade, covardemente, acostumou, desde final da
segunda guerra mundial, a reverenciar, com temor, a potência militar
norte-americana, âncora do dólar como equivalente geral das trocas
internacionais, empenhada em gerar senhoriagem aos cofres do tesouro dos
Estados Unidos, em escala monumental, estabelecendo divisão internacional do
trabalho, cujas consequências foram o estabelecimento de um imperialismo
econômico sem limites.
Diante dessa força, o normal passou a ser a postura do medo
respeitoso diante do qual a sujeição política vergonhosa ganhou ares de lei
geral.
Não ser reverente aos mandos e desmandos de Tio Sam
implicaria, sempre, em risco perigoso.
Os súditos, conforme essa lei do medo, tinham que abaixarem,
ajoelharem, pedir benção ao rei.
Resta ao sobrinho de Tio Sam apenas a postura arrogante de
insistir em olhar o mundo por cima, achando que os Estados Unidos são
excepcionais, quando, na verdade, essa excepcionalidade se tornou expressão da
vulgaridade política dada pelo poder do dinheiro que se esfumaça na grande
crise capitalista em que os Estados Unidos se posicionam como o grande
responsável por levar seus aliados ao fracasso econômico global. A fala de
Obama na ONU foi a de um leão que nem ruge mais para assustar os incautos.
Confirmação de uma decadência.
A democracia americana, sempre sintonizada nos interesses
econômicos dos Estados Unidos, transformar-se-ia, no compasso do dólar todo
poderoso, em senha para intervenções políticas capazes de estabelecer o certo e
o errado do ponto de vista de Washington, sem maiores discussões.
A expansão da economia de guerra americana, da segunda
metade do século 20 em diante, marcada pelos empréstimos internacionais às
economias capitalistas periféricas, para abrirem espaço e oportunidades às
empresas americanas de bens duráveis, que haviam, em 1929, entrado em crise nos
Estados Unidos, sendo necessária seu transplante para a periferia, veio
acompanhada de receitas fiscais e monetárias que deveriam ser fielmente
cumpridas.
A terapia a ser seguida era dada de fora para dentro
conforme as exigências capazes de promover a reprodução do capital de
empréstimo norte-americano.
Repetia-se, no século 20, pelos Estados Unidos, com o dólar,
a receita do século 19, imposta pela Inglaterra, com a libra.
De início, mediante dívida externa, as economias periféricas
foram dinamizadas por esse capital de empréstimo.
Como, no entanto, o capital produz crônica insuficiência de
demanda, no seu processo de acumulação, gerando super-riqueza, num polo, e
super-pobreza, no polo oposto, os desequilíbrios decorrentes exigiriam, a
seguir, renovações dos empréstimos a juros cada vez mais altos, configurando
aquilo que Marx já havia dito, que a dívida externa é instrumento de dominação
internacional.
As ordens de Washington, para todos, tinham e têm como
pressuposto básico a obediência a essa determinação férrea do capitalismo
sobreacumulador de riqueza, fixando, para os seus sócios, nas periferias
capitalistas, as regras de dominação a serem cumpridas, rigidamente.
A colonização mental das elites, no comando do poder
político, foi construída nessa linha de dominação, em termos peremptórios.
A democracia, nesse contexto, é uma aparência para sustentar
a liberdade de exploração econômica colonialista.
As contradições do desenvolvimento desse modelo de dominação
econômica, a partir de critérios fixados pelo império a serem seguidos pelas
colônias, exigiriam o avanço dos aparatos técnicos de controle cada vez mais
draconianos.
A espionagem, nesse contexto, utilizada pelos mecanismos
sofisticados, dados pelos avanços científicos e tecnológicos, colocados a
serviço da produção, da produtividade e da fiscalização, transformar-se-ia, no
processo de dominação, algo, perfeitamente, natural.
Sua aceitação jamais poderia ser questionada.
Questionar esse status quo, que se estendeu como prática de
vida, na relação entre o dominador e o dominado, no contexto das relações
capitalistas, estabelecidas pelos interesses do primeiro sobre o segundo, representaria
algo inimaginável.
No entanto, as bases dessa dominação imperialista, ancorada
no desenvolvimento contraditório do capitalismo financeiro, essencialmente,
especulativo, não seriam eternas, como foram se comprovando as crises de
realização do capital.
Quanto mais ele foi se sobreacumulando, especulativamente,
mais foi gerando tensões cujos desenlaces violentos, desestruturadores, deu no
que deu: bolhas especulativas , explosivas, destrutivas, ao longo do pós
guerra, colocando o império de saia cada vez mais justa.
Até que tudo explodiu, na crise de 2007-2008, repetindo, em
proporções maiores, o que já havia acontecido no crash de 1929.
O político nordestino pernambucano que cuida de alimentar uma
inveja irracional ao ex-presidente Lula e uma raiva incontida à presidenta
Dilma raciocinou como as velhas representações da oligarquia nacional que
jamais suportaram a possibilidade de os súditos contrariarem os donos da Casa
Grande. Pensou pequeno demais ao se sentir agredido por ter Dilma
desancado Obama de sua postura imperial, abusiva aos direitos humanos. Jarbas
revelou as razões do porque a oposição brasileira tem sido tão medíocre e
despreparada ao não perceber que a diplomacia brasileira marcou um dos seus
maiores tentos no plano internacional. Uma vergonha o discurso dele no Senado de
avaliação de Dilma na ONU. Tremendo decadente.
O poder econômico e militar norte-americano, na crise de
2007-2008, chegou aos seus limites e sua continuidade, por meio do exercício da
especulação financeira, tornou-se insustentável, deixando a moeda
norte-americana, sob déficits fiscais crescentes e insuportáveis, totalmente,
vulnerável.
As guerras, tão necessárias à reprodução do capitalismo
americano, não são mais solução, pois passaram a dividir a sociedade americana,
como se vê, no momento, o racha entre os dois principais partidos
norte-americanos, a propósito do que fazer com o colossal endividamento dos
Estados Unidos, que ameaça a sociedade americana de jogá-la na pobreza,
irremediável.
Essa fragilidade não permite mais que Washington continue
dando as cartas ao seu bel-prazer, na cena internacional, de forma unilateral.
A crise da Síria está aí para comprovar.
O discurso de Obama, ontem, na ONU, refletiu essas
circunstâncias extraordinárias.
O leão, agora, apenas, ruge.
Não tem forças para agir sozinho, a fim de justificar suas
ações do modo que julga necessário, sem dar satisfações aos outros.
O ataque de Dilma ao modo de ser de Washington, na tentativa
de fazer acontecer do jeito que acha mais conveniente, sem levar em conta
interesses dos parceiros, repercutiu forte no mundo e criou bases para novas
contestações fortes, daqui para frente.
Os incomodados, ou seja, as elites políticas internas, nas
periferias capitalistas, não sabem o que fazer.
Jarbas Vasconcelos refletiu esse desespero elitista de
forças políticas subordinadas aos interesses de Washington que não conseguem
pensar com a própria cabeça.
Sem a cabeça de Washington, para pensar por elas, se perdem,
completamente.
O discurso de Dilma, na ONU, é o brado de independência em
favor da descolonização mental sul-americana.
Postado em 29/09/2013 ás 11:5
A PRÓXIMA POSTAGEM É COMPLEMENTO FINAL DESSE ARTIGO. 2013-11100571
– A IMPOSIÇÃO DA SOBERANIA BRASILEIRA AOS AMERICANOS DO CACETE. – PARTE III –
FINAL. E TRADUZ O SENTIMENTO BRASILEIRO SOBRE A ATITUDE DA PRESIDENTE E A
BABAQUICE DO SENADOR GAGA, ESQUIZOFRENICO E VENDIDO AO AMERICANISMO.
POR
DOM PAULO DE BEL
EDITOR DO
SINDICATO DO POVO
UM GRITO, UM BRADO RETUMBANTE CONTRA A ÁGUIA AMERICANA,
LEMBRANDO QUE TIVEMOS, NO PASSADO, TAMBEM A NOSSA ÁGUIA DE HAIA E HOJE O RUGIDO
DA NOSSA LEOA PELO DIREITO DE SER UMA NAÇÃO SOBERANA.
FALE COM O SINDICATO DO POVO. ENVIE SEU COMENTÁRIO, UM ARTIGO
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